quinta-feira, 6 de julho de 2017

66º dia - Destino Whitehorse - Território Yucon (Canadá)

Dia 01 de julho de 2017.

Estava colocando as coisas na moto, me preparando para partir quando escutei às minhas costas, uma voz falar em português do Brasil:

"Eu precisava saber quem é o dono dessa moto!"

Quem falava era o sr. Ronald, gaúcho da cidade de Novo Hamburgo, 80 anos de idade e que estava fazendo uma viagem de 3 meses pelos Estados Unidos e Canadá (inclusive Alasca), juntamente com seu cunhado e as respectivas esposas, com um RV alugado nos EUA.

Me impressionou a vitalidade desses dois casais que, só não foram do Brasil ao Alasca com seu próprio motor-home em função do Gap de Darien, aquela faixa de terra, ainda selvagem, existente entre a América do Sul e Central que tornam esse tipo de viagem mais cara, mas principalmente mais difícil.

Conversamos um tempão enquanto eu terminava de arrumar as coisas na moto. Infelizmente, ou felizmente, eles não tinham chimarrão senão a minha partida rumo ao norte, nesse dia, seria bem mais tarde.

Sr. Ronald, gaúcho de Novo Hamburgo.

 Sr. Ronald e seu cunhado: um exemplo a ser seguido.



Quando saímos de Toad River, a estrada vai acompanhando o Rio Toad, ora do lado esquerdo, ora do direito.

Apesar do dia estar nublado, não tem como não perceber a beleza do lugar: uma estrada serpenteando ao lado de um rio de águas verdes e cristalinas. Vou tentar mostrar isso no vídeo a seguir:




Após 52 quilômetros que saimos do Toad River Lodge, chegamos em um lago, Lake Muncho, que fica dentro do Muncho Lake Provincial Park.

Estávamos ainda na Colúmbia Britânica, British Colúmbia ou, para os íntimos, apenas BC.


Não sei porquê, mas o território Yucon foi um lugar que sempre desejei conhecer. Talvez seja porquê exista na TV por assinatura (National Geographic Channel) um programa que descreve o dia a dia de uma veterinária que atua neste território e mostra um lugar com uma beleza natural e selvagem muito grande.

Então hoje seria o dia de eu realizar esse sonho: eu iria entrar na Província de Yucon, o território selvagem do Canadá.

Então, às 12:20h entrei no Território Yucon. Não poderia deixar de registrar este momento, parando e tirando uma foto na placa de entrada desse território.



Não é a toa que o Território de Yucon é considerado um território selvagem.

Um pouco antes da cidade de Watson Lake encontramos uma manada de bisões, pastando calmamente ao lado da estrada.

Sign Post Forest, ou Floresta de Placas.

O dia ainda me reservaria mais uma atração: conhecer a "Sign Post Forest", ou Floresta de Placas, na cidade de Watson Lake.

O que vem a ser essa tal Floresta de Placas?

Resumidamente, "é uma floresta cheia de placas, de tudo quanto é tipo, de diversos formatos e tamanhos, sendo várias pregadas em postes verticais enterradas ao chão em meio à uma floresta de pinheiros."

Saiba mais clicando aqui., ou pesquisando sobre isso no Google.

Todos os viajantes que passam por Watson Lake, trazem uma placa e pregam aqui.



É uma verdadeira floresta, só que de placas.

Placas, seguramente, de todas os lugares do mundo.




Quem não deixa uma placa, deixa sandália.

Deixa boné.

Deixa camiseta, da Polônia.



Só tinha um detalhe: eu não havia mandado confeccionar uma placa para deixar lá como manda a tradição e como milhares de pessoas que passaram por aqui fizeram, mas eu também tinha, quase que por obrigação, que registrar minha passagem por essa floresta.

Peguei então uma cueca minha, uma dentre as três que eu trouxera para essa viagem (agora estou no limite mínimo - não posso mais tomar sustos) e preguei ela no que eu considero o ponto mais nobre dessa floresta: na entrada norte da inusitada "floresta" tem uma placa contando como tudo começou. Pois foi ali que a minha cueca foi pregada.



Agora, além de camiseta, sandália e boné....tem cueca!!!


Aproveitei a "carona" de uma placa maior e colei dois adesivos com o endereço deste blog nas extremidades desta placa (um em cada lado da placa).

E mais um adesivo nesta placa que prestava homenagem aos avós de algum(a) canadense de High Prairie (província de Alberta)



Seguimos em direção a Whitehorse, onde iríamos pernoitar.

Fizemos uma parada na pequena cidade de Teslin a fim de fazer um lanche, pois já eram quase 17:00h e a única refeição que tínhamos feito era o café da manhã.

Após a rápida refeição seguimos em direção à cidade de Whitehorse, onde chegamos cerca de 19:20h.

Enquanto abastecíamos o Roger fez uma pesquisa, via celular, da disponibilidade de vagas em hotéis - tudo lotado.

Começamos a ficar preocupados e partimos então para buscar vagas diretamente no balcão dos hotéis.

O primeiro que consultamos, em frente ao posto de gasolina que abastecemos, lotado.

O segundo hotel  tinha vaga, porém a 180,00 dólares canadeneses - uuuuiiiii!!!
Vamos para o terceiro. Lá chegando, tinha vaga: 124,96 dólares canadenses (já incluído taxas).

Tinha estacionadas na frente desse hotel duas BMW 1200GS Adventure com placas do México e os donos logo apareceram.

Era o Francisco, que estava viajando com a sua filha Diana, engarupada, e o Manoel, todos indo para o Alasca, para o Topo do Mundo, como nós.

Falaram que, em função de ser fim de semana, os hotéis da cidade estavam lotados, que era melhor pegarmos as vagas disponíveis nesse, e rápido, porquê dali a pouco poderiam não estar mais disponíveis.

Ficamos então hospedados nesse hotel. A conclusão que se chega é que, a medida que vamos mais para o norte, mais caras se tornam as coisas, principalmente o preço dos hotéis.

Fiquei pensando que ninguém vem para essas paragens geladas, estabelecer um negócio, seja qual for, para fazer caridade - tudo tem um preço.

O pneu traseiro da minha moto, que eu havia trocado na Cidade do Panamá e já estava beirando os 14.000 km rodados, estava precisando urgentemente ser trocado. Por mim teria trocado no outro dia, já que havia uma loja de motos grandes, praticamente, ao lado do hotel. Só que amanhã é domingo e nada abre.

A próxima cidade com estrutura onde eu poderia fazer a troca do pneu seria em Fairbanks, já no estado do Alaska, à uns 1.000 km de distância. O negócio agora é torcer para que esse pneu dure até lá.

Amanhã vamos entrar no estado do Alaska, vai ser esta a minha última fronteira rumo ao Topo do Mundo.

Rodamos nesse dia 764 km.
Coordenadas do hotel: N60° 43.616' W135° 03.737'

7 comentários:

  1. jose.luiz.malta@hotmail com7 de julho de 2017 às 07:23

    Segue uma viagem fantástica! Essa da cueca, tem tudo a ver contigo!
    Grande abraço Coimbra.

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    1. kkkkkk.....tinha que fazer alguma coisa. Não podia passar naquele lugar famoso incógnito.

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  2. Eu e a tati estamos lendo juntas. Muita risada!! Ela está falando que vc está muito divertido. Arrumei mais uma f.... . Digo leitora que vai comprar teu livro!!!

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    1. Que bom!!! A intenção é relatar de forma humorada a viagem.

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  3. Muito Legal os videos e as paisagens que tens captado por ai!! Aquele abraço!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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