quarta-feira, 19 de julho de 2017

73º dia - Destino Watson Lake (Canadá)

Dia 08 de julho de 2017.

Como falei na postagem anterior, esse caminho de volta seria, nos 2 primeiros dias, exatamente por estradas que já havíamos passado ao vir para cá, mas tem sido interessante ver a paisagem por um ângulo diferente.

Conforme combinado, acordamos cedo pois pretendíamos ir para a estrada às 06:00h.
Ontem o clima, quando chegamos no hotel em Destruction Bay estava quente, mas acordamos com uma temperatura muito baixa, cerca de 10ºC, e chovendo. O tempo tinha virado em questão de horas.

Carregamos as motos debaixo de chuva e quando fomos abastecer no posto de gasolina, junto ao hotel, o Francisco constatou que o pneu traseiro da moto dele, aquele mesmo que fora consertado na chegada em Prudhoe Bay, estava perdendo ar pelo mesmo furo. O Roger usou então outro tipo de remendo e, após mais ou menos 1 hora, resolvido o problema, saímos.

Passamos, alguns quilômetros adiante, na área do Kluane National Park, aquele da tempestade de areia que formava um efeito surreal na paisagem. Eu estava curioso para saber se aquele fenômeno acontece sempre naquela região ou se foi uma feliz coincidência que tive ao passar ali.

Tinha chovido então o efeito "tempestade de areia" não ia rolar, mas o vento que causava esse efeito estava lá, exatamente como no dia que passamos.




Combinamos de tomar café naquele mesmo local aonde, na vinda para o Alasca, havíamos encontrado o Julio Cesar, motociclista paranaense que estava voltando para casa com sua BMW 1200GS Adventure..

O nome do local é Haines Junction (na verdade o posto de gasolina e restaurante ficam uns 35 km ao sul de Haines) e tínhamos tomado ali o melhor café da manhã no Canadá quando estávamos indo para o norte.

Eu tinha um motivo a mais para parar ali: ver como estava aquele urso negro e feroz, que eu havia dominado na mão, por ocasião da minha passagem por aquele local.

Chegando lá, de longe eu avisto a fera: estava encarapitada em cima de uma mesa ao ar livre, desafiador, com certeza esperando alguém para intimidar, como tentou fazer comigo dias atras.

Caminhei com passos firmes em sua direção, nossos olhares se cruzaram, olhares desafiadores, tanto o meu como o dele. Nessa hora me lembrei dos versos de um velho poema petroleiro: "Olhos que se cruzam, ódio!"

Ele, creio que me reconhecendo, disfarçou, olhou para outro lado, se fez de "salame" - amarelou!

Dessa vez, não sei porquê, fiquei com a impressão que aquele urso não era tão grande assim.


Amarelou!!


Do lado de fora tinha uma Indian Chief estacionada, uma moto clássica, aproveitando o terreno até onde ela poderia ir.
Da cidade de Tok para o norte, as big trails reinam soberanas.

Soubemos hoje que um guatemalteco, também amigo do Roger, teve sua viagem interrompida justamente naquele trecho final da Dalton Highway, o trecho que é puro rípio (gravel).

Segundo nos contaram, a correia dentada da moto dele, um Harley Davidson Electra Glide, foi rompida por uma pedra de rípio que entrou entre os dentes da mesma. O fato aconteceu apenas uma semana antes de chegarmos em Prudhoe Bay.

O pior é que coloquei correia dentada na minha moto justamente para ter mais confiabilidade, porém creio que um dos fatores que fazem a diferença é a altura da correia da minha moto em relação ao solo e as proteções que existem, a fim de impedir exatamente a entrada de objetos entre os dentes da mesma.


Clássica e imponente, mas já no limite de seus domínios.

Dominado!!!!!

Pilotamos o resto do dia em direção à cidade de Watson Lake, aquela da Floresta de Placas e que agora tem uma cueca no seu acervo.

Paramos em uma pousada (Northern Beaver Post) que fica uns quilômetros antes da cidade de Watson Lake, pois logo adiante iríamos começar a fazer um caminho diferente da volta, tomando a partir daí a Highway 37, rumo ao sul.

Eu, particularmente, não recomendo esta pousada na qual ficamos hospedados pelos seguintes motivos:

- Extremamente cara para o que oferece (173,63 dólares canadenses por pessoa), com uma rede Wi-Fi sofrível e um quarto comum, nada de mais.

- Cobraram do Francisco 2,50 dólares canadenses por um prato, sim só o prato vazio, porquê ele pediu um espaguete e, como ele iria dividir com a Diana, solicitou esse prato, pelo qual foi cobrado.

- Na hora de pagar a conta do jantar, com o cartão de crédito, a atendente, filha dos donos, que até então era só sorrisos, ao perceber que eu inclui "só" 18% de "tip", o mínimo sugerido no visor da máquina, o que eu já considero muito, demonstrou visivelmente que não gostou da gorjeta - fechou a cara, emburrou!

E ainda colocam um aviso de "Motorcycle Friendly" na entrada do restaurante.

Rodamos nesse dia 676 km
Coordenadas da pousada:N60° 01.689' W129° 04.862'

2 comentários:

  1. 2,50 u$ só pelo prato vazio kkkk essa foi boa

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    1. Gostar de dinheiro todo mundo gosta, e precisa né? Mas aquele povinho já tinha passado dos limites.

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